É verdade que algumas das novas tecnologias podem prejudicar a saúde das crianças?

De modo geral, sim. Os casos mais comuns de prejuízo à saúde estão ligados a crianças e adolescentes que já viram alguém ser discriminado na Internet, que foram expostos a discursos de ódio, intolerância e violência ou, ainda, que foram tratados de forma ofensiva, caracterizando cyberbullying.

Além disso, as tecnologias podem influenciar de forma negativa quando crianças e adolescentes deixam de comer ou dormir por causa da internet e quando procuram informações sobre formas de emagrecer ou formas para machucar a si mesmos (self-cutting). Outros danos comuns são obesidade, diminuição da acuidade visual e auditiva, olhos secos, lesões de esforço de repetição, síndrome da fadiga crônica, dificuldade de aprendizado e atraso do desenvolvimento da fala.

Para evitar os principais problemas trazidos pelo uso exagerado da tecnologia, é preciso desencorajar, evitar e até mesmo proibir a exposição passiva em frente às telas digitais, com exposição aos conteúdos inapropriados de filmes e vídeos, para crianças com menos de 2 anos, principalmente, durante as horas das refeições ou 1 a 2 horas antes de dormir.

Para crianças de 2 a 5 anos de idade, deve-se limitar o tempo de exposição às mídias ao máximo de 1 hora por dia. Crianças entre 0 a 10 anos não devem fazer uso de televisão ou computador nos seus próprios quartos e adolescentes não devem ficar isolados nos seus quartos ou ultrapassar suas horas saudáveis de sono à noite, respeitando as fases de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental. Crianças menores de 6 anos precisam ser mais protegidas da violência virtual, pois não conseguem separar a fantasia da realidade.

Jogos online com cenas de tiroteios com mortes ou desastres que ganhem pontos de recompensa como tema principal não são apropriados em qualquer idade, pois banalizam a violência como sendo aceita para a resolução de conflitos, sem expor a dor ou sofrimento causado às vítimas, contribuindo para o aumento da cultura de ódio e intolerância. Se precisar, monitore sites, programas e aplicativos que os seus filhos estão usando ou acessando, sobretudo nas redes sociais. 

Por fim, é preciso conversar sobre valores familiares e regras de proteção social para o uso saudável, crítico, construtivo e pró-social das tecnologias, usando a ética de não postar qualquer mensagem de desrespeito, discriminação, intolerância ou ódio.

Fonte: pediatriaparafamilias.com.br