Vacina do Rotavirus

O Rotavírus (RV) é a causa mais comum de diarreia grave na infância em todo o mundo. Nos países em desenvolvimento, particularmente, estima-se que as gastroenterites associadas a esses agentes virais determinem 600.000 a 870.000 mortes a cada ano no mundo. A infecção por RV é universal e se presume que quase todas as crianças serão infectadas pelo menos uma vez até os cinco anos de idade. O Brasil foi o primeiro país a incluir a vacina no seu programa de imunização em março de 2006, uma vez que o RV é responsável por cerca de 43% das hospitalizações por diarreia nesta idade.

Vacinas disponíveis 
Existem no momento duas vacinas licenciadas para RV, as duas com proteção similar:

 

Rotavírus monovalente (Rotarix) – disponível na rede pública
• Vacina de vírus vivo oral e composta de um único tipo de um vírus vivo atenuado humano. Ela é a utilizada no calendário nacional de imunização e está disponível gratuitamente nos centros de saúde.
• Ela é aplicada em duas doses com intervalo mínimo entre quatro semanas
• Primeira dose aos dois meses (um mês e 15 dias, até no máximo três meses e 15 dias) Segunda dose aos quatro meses (três meses e 15 dias, até no máximo sete meses e 29 dias).

 

Rotavírus pentavalente – somente na rede particular
• A RV5 contém cinco tipos do vírus de RV, desenvolvidos a partir dos subtipos de vírus humana e bovina.
• Ela é aplicada em três doses: dois, quatro e seis meses, com intervalo mínimo de quatro semanas.
• Primeira dose deverá ser administrada até no máximo três meses e quinze dias e a terceira dose até sete meses e 29 dias.

 

Segurança da vacina 
Devido ao histórico da vacina, vários estudos avaliaram sua segurança, principalmente relacionados a presença ou não de invaginação intestinal em crianças que receberam a vacina.

Antes do licenciamento da vacina, foi feito grande estudo, com o objetivo de comprovar a segurança da vacina. O efeito adverso mais relatado relacionado com a vacinação é irritabilidade, além de febre, diarreia e vômitos, que são todos autolimitados. Além disso, existe a possibilidade de sangue nas fezes, mas que geralmente se resolve espontaneamente. Não há nenhum relato de associação de vacina com alergia à proteína do leite de vaca.

Em 2011, um estudo mostrou um aumento dos casos de invaginação intestinal após a introdução da vacina monovalente. Por outro lado, ela preveniu em torno de 80.000 hospitalizações e 1.300 mortes a cada ano nos dois países, o que reafirma o enorme benefício versus o risco de invaginação intestinal ou morte nos vacinados.

A vacina para Rotavírus se mostrou eficaz na prevenção de diarreia aguda no Brasil, levando a um menor número de hospitalizações após o seu início. Dessa forma, em relação aos eventos adversos, o benefício da vacinação supera os riscos.